Venho
para aqui e deixo a página de nova mensagem em branco durante longos minutos
sem saber o que escrever. Sim existe tanto para escrever e pouca ou nenhuma
vontade. Habituei-me a ter um blog visitado pela família e isso impedia-me de
dar asas à minha vontade. Hoje com um blog perfeitamente desconhecido os medos
antigos toldam-me a lucidez dos pensamentos.
Parei
em Maio. Junho foi o mês dos aniversários. Mais dos das perdas do que dos
ganhos. Neste mês durante diversos anos perdi batalhas, perdi guerras, perdi
amigos, perdi família. Há 3 anos e contrariando as espectativas este mês
trouxe-me a M. Um dos principais motivos pelo qual a vida passou de novo a
fazer sentido. Este ano, novamente em Junho estive próximo de perder algo que
trazia comigo e que já me aquecia o coração.
Julho
foi o mês das férias. De muito mimo, muito sushi, muitos passeios, muito descanso.
Se deu para carregar baterias? Nem por isso. Se me deixou com um gosto de
pouco? Muito!
Entro
em Agosto cansada, desanimada, com vontade de me ir embora de Angola, com
vontade de passar o dia a cheirar a minha cria, com vontade de namorar e
conhecer o mundo. Mas a vida nem sempre é como queremos e temos de a encarar
assim.
Angola
neste momento dá-nos aquilo que outro País não pode dar. E também nos da uma
felicidade especial. Sei perfeitamente que sou muito mais feliz aqui do que
seria a trabalhar em Portugal. Tenho aqui a qualidade de vida que me fugia em
Portugal, mas...
Mas Portugal
agora só nos lembra férias e as coisas boas da vida. Angola lembra-nos as
obrigações, o trabalho e a responsabilidade. Nesta fase em que volto a ser
criança preciso de férias grandes, com salitre por todo o corpo, com noites
longas e estreladas, com o sol a queimar-me a pele e o cloro a arder nos olhos.
.
Primeira vez aqui e gostei de encontrar tanta sinceridade.
ResponderEliminarNão gostei da mágoa que senti nas palavras, da tristeza velada...
Um abraço de conforto. De Portugal para ti, em Angola.