Há precisamente 2 meses que parei de escrever. As palavras sumiram e eu senti-me ir abaixo aos poucos. O meu estado anímico andava pelas ruas da amargura.
Sarcasmo passou a ser o meu segundo nome e irritação o terceiro. O primeiro era mesmo má-disposição.
Não me morreu ninguém, o Mundo não estava prestes a acabar, não houve catástrofes pessoais ou mundiais, não vi a luz e decidi mudar radicalmente, eu continuei por aqui sem grandes mudanças na minha vida (pensava eu). O mundo estava igual, eu é que não me sentia igual. Senti-me pior e depois sem vontade de nada (só de dormir).
As últimas semanas foram um turbilhão. Entre pai internado a 8.000 km de distância, avô com AVC e diabético tipo máximo, baby M um terror, trabalho a 1000, mãe depressiva, irmã revoltada, irmão desempregado, obras na casa angolana, o que menos esperava era um bebé na barriga, mas ele chegou. E com ele chegaram todos os sintomas, aqueles que nunca experimentei na primeira gravidez: sono, letargia, cólicas, enjoos, vómitos (fisiológicos e da alma também) e consequente perda de peso. Toda eu era uma incubadora de doenças.
Concluiu-se com uma possibilidade de aborto que só será posta de parte em início de Junho. Está quase. Estou quase a recuperar a minha vida. A recuperar o meu espaço. Tenho 9 meses de preparação e muita coisa para viver antes de hibernar em mais um parto. Tenho muito que gozar a vida. Apesar da viagem aos USA ter sido adiada. Tenho muito que aproveitar porque esta será a ultima gravidez (caso tenhamos final feliz).
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